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Deficientes Auditivos nas Olimpíadas e Paralimpíadas


Assistindo as Paralimpíadas do Rio2016, minha filha Isabela de 9 anos me perguntou se ela como deficiente auditiva poderia participar, e minha resposta depois de pesquisar sobre o assunto foi pode, das Olimpidas ou das Olimpiadas para surdos, mas das Paralimpíadas não.

Os deficientes auditivos têm um evento esportivo específico, que é a Surdolimpíada (ou, em inglês, Deaflympics), que tem sua próxima edição marcada para julho de 2017, na Turquia.

E mais do que isso. Atualmente, o ICSD (Comitê Internacional de Desportos de Surdos) não é filiado ao COI (Comitê Olímpico Internacional), muito menos ao IPC (Comitê Paralímpico Internacional). De acordo com Deborah Dias, presidente da CBDS (Confederação Brasileira de Desportos de Surdos), em 1990 houve grande confusão nos comitês olímpicos nacionais sobre os jogos para atletas com deficiência auditiva.

Para Deborah Dias, a falta de visibilidade e de reconhecimento dificulta a obtenção de financiamento do esporte para surdos por empresas públicas e privadas, mesmo com seu próprio evento mundial. “Com essas dificuldades, os surdoatletas, quando não estão motivados, acabam desistindo de seus sonhos. Outros até conseguem realizar, arcando com as despesas de treinamento e das competições de seu próprio bolso e de doações de alguns amigos e familiares”, disse a dirigente.

"Nos Jogos Surdolímpicos, os atletas são capazes de competir e interagir entre si livremente, sem a necessidade de intérpretes de língua de sinais. Se os atletas surdos forem competir nos Jogos Paralímpicos, seria necessário um grande número de intérpretes de língua de sinais para evitar as barreiras de comunicação”, explicou Deborah

Ela também lembra que nos Jogos Paralímpicos existe uma restrição no número de competidores e, se a Paralimpíada tivesse que absorver os cerca de 2,5 mil surdoatletas que participam dos Jogos Surdolímpicos, poderia haver cortes importantes em modalidades esportivas de atletas com outras deficiências, prejudicando tanto os paratletas quanto os surdoatletas.

De acordo com Deborah, os surdos não se consideram deficientes. "Nós nos consideramos parte de uma minoria linguística e cultural. Em esportes coletivos e alguns individuais, a perda auditiva pode trazer algumas dificuldades ao atleta. No entanto, isso desaparece nos Jogos de Surdos”, comentou.

Você sabia? Mais de 35% dos atletas brasileiros da Paralimpíada são vítimas de acidentes

As regras nos esportes para surdos são idênticas às de atletas sem deficiência, e a única adaptação que deve ser feita é a substituição da sinalização auditiva pela visual. Entre os atletas que têm permissão para competir nos Jogos de Surdos não há classificações ou restrições, exceto a exigência de que tenha perda auditiva de pelo menos 55 decibéis no melhor ouvido.

Conheça agora os atletas Olímpicos e Paraolimpicos deficientes auditivos que participaram da RIO2016

David Smith

Vôlei Olímpico – EUA

David Smith é um jogador americano de vôlei que nasceu com quase 90% de perda auditiva. Ele usa aparelhos auditivos desde os 3 anos de idade e faz leitura labial.

David joga no clube polonês Cerrad Czarni Radom e já está na sua segunda Olimpíada, defendendo a Seleção de Vôlei dos Estados Unidos.

Tamika Catchings

Basquete Olímpico – EUA

Tamika nasceu com deficiência auditiva em ambos os ouvidos e tinha comprometimento na fala.

Quando era mais nova era provocada por outras crianças por causa da sua surdez. Um dia Tamika respondeu atirando o aparelho longe e, como castigo, seus pais se recusaram a comprar outro.

Quando começou a jogar basquete na faculdade, conheceu a treinadora Pat Summit que lhe disse:

“Tamika, as pessoas usam óculos para ajudá-las a ver. Vão a fonoaudiólogos para ajudá-las a falar melhor e usam aparelhos auditivos para ajudá-las a ouvir. Você tem grandes objetivos na vida e nós concordamos que seria melhor para você voltar a usar aparelhos auditivos e trabalhar com os nossos terapeutas da fala da universidade.”

E foi assim que Tamika voltou a usar aparelhos auditivos.

Em 2011 recebeu o prêmio de melhor jogadora da WNBA e atualmente joga no Indiana Fever.

Já conquistou 3 medalhas de ouro nas Olimpíadas com a Seleção de Basquete Feminino dos Estados Unidos.

Amanda Cameron

Ciclismo Paralímpico Tandem – Nova Zelândia

Amanda nasceu com surdez profunda em ambos os ouvidos. Quando era um pouco mais velha foi diagnosticada com Síndrome de Usher tipo 1, que é acompanhada de surdez e retinose pigmentar.

Fez o primeiro implante coclear quando tinha 11 anos e o segundo aos 21.

Atualmente tem uma visão de apenas 20 graus e quase nenhuma visão periférica. É como se enxergasse através de um túnel.

Por causa de sua deficiência, ela faz parte da equipe Paralímpica de Ciclismo da Nova Zelândia na categoria para cegos/deficiente visuais que pedalam em duplas, junto com um piloto que enxerga. Para isso eles usam uma bicicleta dupla (tandem) e precisam manter uma comunicação constante com seus pilotos através da voz.

É aí que entra o implante coclear. Amanda é a única em sua categoria que, além da deficiência visual, também tem perda auditiva e por isso precisa estar muito mais concentrada no que acontece ao redor e à sua parceira.

Para isso, ela utiliza o Mini Mic para se comunicar com Hannah van Kampen, sua pilota.

Fonte: iG Olimpiadas - iG @ http://esporte.ig.com.br/olimpiadas/2016-09-06/surdos-paralimpiadas.html e http://desculpenaoouvi.laklobato.com/

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